ASSEMBLÉIA PAROQUIAL DE TRABALHADORES





No dias 15 e 16 de julho de 2011, aconteceu em Campo Alegre de Lourdes mais uma Assembléia de Trabalhadores e trabalhadoras rurais em Campo Alegre de Lourdes promovida pela Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e Comissão Diocesana da Pastoral da Terra. Como parte da programação foi realizada uma Audiência Pública.
 
Participaram na Audiência 80 trabalhadores representando as comunidades das 16 regiões do município, associações de fundo de pasto, o sindicato dos trabalhadores rurais, a Articulação Sindical do lago de Sobradinho, a Paróquia e Comissão Pastoral da Terra, dois representantes do Poder Executivo e dois do poder Legislativo do município para discutirem questões referentes aos impactos negativos da Mineração e outros problemas ambientais da região.
Na audiência, foram apresentados os dados levantados pela CPT sobre as questões ambientais que estão preocupando os camponeses e camponeses do município, sendo mais assustadora a ameaça de destruição da vida provocada pela Mineração, visto que 82,39% da área do município segundo dados do DNPM está sendo pleiteado para a exploração minerária com autorizações ou requerimento de pesquisa. 

Os impactos da mineração já são conhecidos na região, principalmente, na Comunidade de Angico Dias que vem enfrentando a presença da Mineradora Galvani para exploração de fosfato em seu território há mais de seis anos. Nesta comunidade, a Galvani vem provocando sérios danos sócio-culturais e ambientais, a saber: poluição da água, problemas de saúde, além de impedir a continuidade das práticas culturais e as atividades econômicas (agricultura e pecuária) dos/as trabalhadores/as da comunidade. 

Os presentes questionaram a viabilidade da implantação da mineração diante dos impactos sócio-ambientais previstos. Além disso, solicitou-se do Poder Público Municipal medidas diante do atual quadro já sinalizado pelos dados do DNPM. Foi neste sentido, que ao final da reunião foi estabelecido um calendário de ação que inclui diagnóstico dos impactos causados pela mineradora Galvani em Angico dos Dias para discutir com a comunidade e cobrar da empresa e dos órgãos de licenciamento e fiscalização suas responsabilidades; reestruturação do Conselho de Meio Ambiente; discussão e implantação de política ambiental municipal.
 
 Foi criada uma Comissão com representação do Poder Público e das organizações que atuam no município para desencadear o processo de discussão da política ambiental priorizando emergencialmente a proteção do Morro do Tuiuiú, que é um dos patrimônios ambientais da comunidade atualmente ameaçado por uma empresa canadense. 

Ficou definida também na Assembléia, a continuidade do trabalho de formação e informação nas comunidades, nas escolas, nas igrejas e a realização de uma Romaria ao Morro do Tuiuiu com a participação das comunidades rurais no dia 04 de setembro próximo.